domingo, 10 de fevereiro de 2008

Dr. Biltre

Sentado sobre meu ombro esquerdo morava um duendezinho do mal (ou diabinho, como queira) chamado Harold.

Há muito tempo atrás, tanto que eu nem presenciei o fato, Harold torturou e mandou para o exílio o duendezinho do bem (ou anjinho) que morava no ombro direito, o qual nem nome chegou a ter.

Harold usava uma fantasia clichê de diabinho, com capa vermelha e chifres de lantejoula e era encarregado de soprar em meu ouvido várias coisas que o senso comum não abrange muito. Fazia sugestões de atos talvez moralmente reprováveis, impulsivos, egoístas, julgamentos prévios tendenciosos, além de pitadinhas agridoces e apimentadas de algo que ele leu em algum lugar, uma tal de lista de “pecados capitais” (eu sei que nunca se pode deixar livros perto dessas criaturinhas).

Mas hoje, ainda semi-consciente ao acordar do sono vespertino, fiquei sabendo que Harold não era mais apenas um duende-diabinho.

Ele acabara de se transformar no nefasto Dr. Biltre, um torpe e execrável gênio do mal. Tão mau, mas tão mau, mas tão absurdamente mau, que nem precisa de um figurino muito convincente nem de maquiagem pálida. Usa apenas uma camisa pólo com listras azuis e amarelas e uma bermuda comprida de safári.

Talvez eu devesse ficar preocupada. Eu realmente ainda vou precisar dos serviços dele por muito tempo, dado que estou cada vez mais distraída e desmemoriada, além de saber que de agora pra frente vou ficar muito mais ocupada. Ele vai querer me influenciar de forma mais, digamos, misantropa, perniciosa, perversa, cruel e todas outras coisinhas assim, de gosto duvidoso.

Eu deveria estar com medo, né?
Nem tô... =P



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