terça-feira, 30 de setembro de 2008

O amor e a beleza

Eu levo tudo isso muito a sério, a ponto de levar a sério até o fato de achar graça e rir de tudo. Tudo de mim e tudo de todos. A mesma dor de ver vocês assim tão adaptados e padronizados com toda essa complacência é a dor de quando olho sem escrúpulos para a minha preguiça.

Muito além da vergonha de olhar para o futuro que corre em minha direção anunciando rugas e as responsabilidades que vocês julgam plenas, vem a agonia de ser covarde. As escolhas, as informações, as estradas e as pessoas 3D continuam espalhadas ao meu redor, culpando-me silenciosamente pela minha resignação.

Escondendo-me no conforto da minha imparcialidade indolente, eu tento justificar minha hipocrisia. Eu não quero dizer o que penso. Tenho medo da solidão porque ela revelaria minha ausência de atitudes e o próprio medo em si. Eu quero amar até o fim. Quero achar a busca do que amar. E eu tenho direito de achar suas regras inúteis, mesmo sem ter toda a sua propriedade e seguindo-as porque não poderia discordar. Não tenho vontade de compartilhar meus pensamentos ilógicos e superficiais. Não com você.

“... mas há tão poucos com quem possa compartilhar as coisas que significam tanto para mim que aprendi a me conter. É suficiente que eu esteja cercado de beleza.” (Everett Ruess 1934)

Quando eu diminuir um pouco minha preguiça estúpida e for buscar a beleza, não estarei mais aqui. Mas gosto de estar de olhos abertos.




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Top Ipod: Society - Eddie Vedder (Into the Wild OST)


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