“[Balbinie Poulain] diz: eu dormi igual uma jaca hoje, se é que as jacas dormem
Rev. Robinson diz: e se dormissem, jacas sonhariam?
[Balbinie Poulain] diz: sonhariam com uma grande tomada de consciência de jacas. ^Se tivesse ao menos um gerador de improbabilidade infinita... A gente podia tentar...
Rev. Robinson diz: quando elas dariam por si como jacas. ^ e saber que a função delas e nascer, crescer e morrer pra ser comida
[Balbinie Poulain] diz: elas fariam uma grande revolução ^ caindo deliberadamente nas cabeças humanas
Rev. Robinson diz: ou se acomodariam ^ e aceitariam
[Balbinie Poulain] diz: como a maioria dos humanos faz ^ com a sua condição humana ^ (nó triplo na cabeça agora)
Rev. Robinson diz: uma ou outra cairia na cabeça de alguém importante ^ mas todo mundo diria que foi acidente ^ e as pessoas importantes deixariam de passear debaixo das jaqueiras”
Não. Só essa conversa, apesar de fantástica não bastava. Eu poderia escrever algo sobre a sociedade e “A Revolução”, aquela revolução tão esperada e discutida por tanta gente muito mais inteligente que eu através dos tempos. Prefiro apenas falar de Jacas. Ou de pessoas. Tanto faz, dá na mesma...
Acredito que existam jacas comuns (ou civis, como diria o Francis) e jacas especiais. Jacas comuns não me interessam. Agora as jacas especiais vivem tentando perceber tudo, duvidam de muita coisa e talvez até tentem fazer uma revolução, mesmo que seja uma revolução “pocket”, daquelas que acontecem em um pequeno círculo social ou mesmo as revoluções apenas de si mesmo.
A maioria das jacas comuns fica por aí, nas ruas, escritórios e universidades, levando suas vidinhas comuns de jaca e pensando e fazendo o que jacas comuns deveriam fazer. Algumas jacas comuns podem, entretanto, parecerem jacas especiais a olhos distraídos. Elas têm um quê de jaca revolucionária e até enganam por um certo tempo algumas jacas especiais. Mas as jacas especiais de verdade sabem reconhecer uma outra jaca especial. As jacas especiais sentem mais dor porque quando dormem e sonham, tentam tomar consciência de toda essa grande ilusão e do que há por trás dela. Elas vivem caindo de seus galhos.
O mais fascinante é que existem diversos tipos de jacas especiais, tomando consciência cada uma a seu modo e questionando o fato de que nasceram pra serem comidas. Já as jacas comuns são de um tipo só. A diferença são as máscaras que elas usam, às vezes até pra fazer de conta que são jacas especiais.
Ah, e eu nunca comi jaca, a fruta. Quando provar eu conto o que achei...
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Top Ipod: For no one – The Beatles