quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

4 x 4

O trânsito em São Paulo é coisalindadedeus (!)... Quando começo a me esquecer dele, ele me prende por algumas horas, só pra eu sentir a incrivelmente agradável sensação de ter uma crise de ansiedade dentro do ônibus parado.
A maior ironia que se pode ver atrás de uns 850 veículos que se movem na sua frente a 5 metros por minuto é olhar atrás de um desses modelos 4 x 4 e estar escrito: "Path Finder"

Nessas horas eu só imagino isso aqui, ó:



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Top Ipod: Undone - Devotchka








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terça-feira, 18 de novembro de 2008

Performances


Em um dia ensolarado de domingo em que TUDO deu certo, fomos passear em um evento que sabíamos relativamente onde era e, com uma margem baixíssima de precisão, do que se tratava. Depois de uma pane misteriosa eu não tinha energia elétrica em casa disponível para ligar o computador e entrar na internet para ver o convite online que recebi dos meus amigos que iam fazer stencil art no tal evento. Sendo assim, não sabia exatamente o endereço. Então, depois de um considerável sanduíche de mortadela no Mercado Municipal, Tiago e eu resolvemos tentar chegar lá e ver do que se tratava.

Saímos do metrô Barra Funda e começamos a pedir informações a figuras que transmitiam alguma autoridade ou não, como funcionários do Metrô, seguranças do Metrô, o segurança do estacionamento do shopping, o porteiro do Clube do Palmeiras, duas transeuntes japonesas e por fim uma viatura da PM que estava por lá, tudo isso em intervalos de aproximadamente 10 minutos de idas e voltas. Algumas garrafinhas de água e uns cinco “eu disse que a gente estava no caminho certo” (do Tiago) depois, chegávamos à tal Casa das Caldeiras, identificável por ter três gigantescas chaminés que podiam ser vistas de qualquer ponto a 100 metros de distância.
Na entrada, uma locomotiva restaurada e um corredor transparente que dava acesso à construção. Ao chegar na porta haviam duas escadas que davam acesso ao local. Escolhemos a da direita e descemos, já curiosos pra entender de que se tratava toda a disposição de tubulações de metal pintadas de laranja que se erguiam até o teto em frente às paredes de tijolo. Quando eu olhei para o lado, percebi que havia uma mulher completamente sem roupas enrolada em papel filme transparente dependurada no corrimão. Após a minha previsível exclamação “Tá danado!” continuamos seguindo, para perceber logo adiante que, em meio às poltronas brancas espalhadas em frente à mesa de som, haviam mais algumas pessoas nuas ou semi-nuas embrulhadas em papel filme distribuídas em cantos estratégicos do andar, inclusive no outro corrimão.
Descemos até o andar de baixo e logo vimos nossos amigos que estavam lá em frente à parede branca fazendo seus stencils ao lado de alguns grafiteiros que desenhavam coisas diferentes entre si. Os amigos disseram pra gente continuar olhando nesse andar de baixo, e foi o que fizemos. À esquerda, um túnel de tijolos à mostra bem iluminado que parecia ser o lugar com mais fantasmas por metro quadrado que eu já tive a oportunidade de entrar, só perdendo para um dos outros cantos com tubulações do outro lado da Casa das Caldeiras. Seguimos andando e vimos uma moça (igualmente semi-nua) com uma fina mangueira transparente enrolada no tronco. A extremidade de cima estava ligada a uma garrafa com um líquido vermelho e a outra estava entre as coxas. Ela soprava o líquido na mangueirinha e ele ia saindo pelo lado de baixo. Seguindo no túnel, havia uma outra moça (sim, semi-nua) vestida com meia-calça cor da pele até no rosto, sentada no chão fazendo movimentos ondulantes inexplicáveis e enfiando pedras dentro dos orifícios que a meia-calça deixava. Lá no fim do túnel havia um círculo que dava em uma das extintas chaminés, onde havia outra moça (esta com um longo vestido de época cheio de pano) em pé de costas para o túnel sendo fotografada e/ou filmada.
Voltamos pelo túnel e resolvemos ir para uma das outras extremidades, onde entramos em um lugar bem iluminado onde estavam dispostos de forma milimetricamente caótica uma centena de carcaças de coisas elétricas ou não (monitores, baldes, embalagens vazias de perfume...) com amostras de palavras poéticas escritas sobre alguns dos objetos. À direita, uma abertura na parede mostrava um lugar cheio de graxa e mal iluminado que tinha espalhadas e dependuradas algumas lingeries daquelas que não se compra perto da mãe, uns dvds de filmes randômicos, cabeças de bichos de pelúcia e uma moça com graxa por todo o corpo (adivinhe) seminu.
Andamos mais um pouco e eu comecei a rodar um pesado objeto circular que algum dia deve ter servido como parte de um sistema para gerar energia de alguma forma. Realmente foi agradável girar para a direita, tentar parar com toda a força pra depois (!) girar para a esquerda. Mais agradável ainda foi o rapaz com o saxofone que passou e me disse: “Terapia?”. Adiante, algumas tubulações não usadas há décadas, portinholas de metal que o Tiago abria e eu tentava contar quantos fantasmas estavam saindo.
Acho que antes de assistir o pôr-do-sol e ir embora nós andamos em círculos umas 10 vezes com longas paradas para espanto e observação de performances de bailarinas deitadas, uma mulher que mais parecia uma daquelas estátuas de deusas da fertilidade de 10.000 A.C. , uma portinha com uma placa pequena com o desenho de algo muito parecido com um dromedário e os grafitis que estavam sendo feitos. Devo admitir que não dava vontade de ir embora, vontade essa que costuma ser bem freqüente.
Não espere que eu revele neste momento meu ponto de vista artístico sobre toda essa exuberância performática que em conjunto, realmente me espantou. O livro de história da arte que estou lendo ainda está marcado na página que termina de falar do Neoclassicismo e eu só formei (novamente) uma opinião até aí. Eu só posso dizer que:
1- Espero mesmo terminar logo de ler esse livro e ler mais uns 250 para tentar ter uma visão mais clara do que é arte;
2- Acho que a disposição e o conjunto (música, pessoas, luzes, cores) fazem uma grande diferença;
3- Não, infelizmente eu não estava com uma câmera pra registrar isso fotograficamente;
4- Lá em Goiás (pelo menos até onde eu vi) não tinha disso não... Por isso, mereço um pouco mais de tempo para refletir;
5- Quando eu estava voltando de ônibus, olhei pela janela e vi um colchonete muito bem organizado de um mendigo, que tinha em cima uma coberta muito bem dobrada e uma revista Quatro Rodas cuja capa trazia: “Civic ou Corolla, saiba como escolher”, ao lado de uma Bíblia de bolso.



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Top Ipod: Kalasnjikov - Goran Bregovic

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Mi español es fueda!

Daí a Balbina resolveu fazer um teste de nível pra estudar espanhol:

"4. Escriba algo como un párrafo acerca de su vida, los objetivos que busca e el motivo por lo cual tiene ganas de estudiar el español.

"me gusta español, me gusta almodóvar, me gusta Manu Chao, me gusta la lechuga, me gusta tú, me gusta leer, me gusta tú, que voy hacer je ne se pas, que voy hacer je suis perdu, que horas són mi corazón."


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Top Ipod: Panik Panik - Manu Chao




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terça-feira, 30 de setembro de 2008

O amor e a beleza

Eu levo tudo isso muito a sério, a ponto de levar a sério até o fato de achar graça e rir de tudo. Tudo de mim e tudo de todos. A mesma dor de ver vocês assim tão adaptados e padronizados com toda essa complacência é a dor de quando olho sem escrúpulos para a minha preguiça.

Muito além da vergonha de olhar para o futuro que corre em minha direção anunciando rugas e as responsabilidades que vocês julgam plenas, vem a agonia de ser covarde. As escolhas, as informações, as estradas e as pessoas 3D continuam espalhadas ao meu redor, culpando-me silenciosamente pela minha resignação.

Escondendo-me no conforto da minha imparcialidade indolente, eu tento justificar minha hipocrisia. Eu não quero dizer o que penso. Tenho medo da solidão porque ela revelaria minha ausência de atitudes e o próprio medo em si. Eu quero amar até o fim. Quero achar a busca do que amar. E eu tenho direito de achar suas regras inúteis, mesmo sem ter toda a sua propriedade e seguindo-as porque não poderia discordar. Não tenho vontade de compartilhar meus pensamentos ilógicos e superficiais. Não com você.

“... mas há tão poucos com quem possa compartilhar as coisas que significam tanto para mim que aprendi a me conter. É suficiente que eu esteja cercado de beleza.” (Everett Ruess 1934)

Quando eu diminuir um pouco minha preguiça estúpida e for buscar a beleza, não estarei mais aqui. Mas gosto de estar de olhos abertos.




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Top Ipod: Society - Eddie Vedder (Into the Wild OST)


segunda-feira, 21 de julho de 2008

Cadeia Alimentar

Acabamos de chegar. Era um grupo relativamente grande, algo como 30 ou 40 pessoas. Caminhamos em direção à clareira que era perto da estrada de onde viemos. O caminho para o museu era plano e sem nenhuma árvore ou arbusto, apenas alguma planta rasteira entremeando as poças rasas de água de alguns metros cada uma. Os estranhos espelhos d’água têm uma cor amarelo-azulada, talvez por causa da nuvem que está passando em frente ao sol da tarde. O museu é uma construção quadrada e bege, de um andar e com vidros bem grandes e claros na frente, sendo a única construção no meio do descampado. Andamos por uns 20 metros e entramos no museu. Somos recebidos por um segurança de terno escuro. Não há portas, e sim uma entrada larga e reta, sem nenhum detalhe e os vidros não se abrem. O grupo se espalha pelo hall retangular na frente do local. Eu vou para o vidro sozinha pra ver o exterior. Há apenas uma árvore no canto esquerdo que eu acho que não tinha reparado antes. No meio dos galhos, percebo um felino enorme, algo como uma onça, mas todo preto, exceto pelas patas dianteiras com pequenas manchas circulares brancas. O felino está olhando na direção da estrada. Sigo seu olhar e percebo que há um homem vindo, se aproximando da árvore. O felino prepara-se, aguardando silenciosamente a chegada do homem. Ele se veste como nós e também tem uma mochila nas costas. Não percebe o felino. Eu continuo olhando atrás do vidro. O homem passa do lado da árvore retorcida. O felino ataca com precisão e frieza e abocanha diretamente seu rosto. Eu levo um susto mas não consigo me mover e fico esperando ansiosamente que o homem lute contra o felino por sua vida, mas ele apenas move levemente o braço direito e tenta de forma débil afastar o animal, que continua movendo suas mandíbulas e se alimentando do homem vivo. Eu começo a entrar em pânico. O homem continua de pé enquanto o felino dilacera sua carne. Eu vejo tudo. As pessoas que vieram comigo continuam conversando e andando pelo local, enquanto o segurança traz a pessoa que servirá de guia para conhecer as exposições. Eu já não consigo mais olhar. Tento chorar mas não consigo. O homem está inerte e resignado com sua condição de degrau abaixo da cadeia alimentar. Eu assisto a tudo do lado de trás do vidro, gritando por dentro, quase conseguindo chorar. E então, o despertador toca. É manhã de segunda-feira em São Paulo.


"If I'm gonna talk, I just wanna talk, please don't interrupt!"


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Top Ipod: Last Flowers to The Hospital - Radiohead




sexta-feira, 20 de junho de 2008

Dimensões do passado sempre presente

Hoje me deparei com a ausência que sempre será ausência. O protagonista da história que eu mais gostava de ouvir na minha infância torna-se, então, somente parte dessa história. A presença dele sempre foi abstrata, assim como a dor que a eterna ausência agora causa.

A meu ver, há três formas de se ver o mundo. Alguns vêem em duas dimensões, pragmáticos, objetivos, largura, comprimento, poucas cores, algum movimento, um certo barulho. Outros vêem em 2D complexo, com inúmeras nuances de cores, formas e movimentos, além de sons interessantes, mas ainda 2D. Já alguns, com ou sem tantas cores, vêem o mundo em 3D. São capazes perceber e ter a profundidade das formas e também têm uma fantástica trilha sonora. Não que eu consiga sempre classificar as pessoas nas categorias que imaginei, claro. É muito fácil se enganar.

Há pessoas que morrem encerrando algo que só era chamado de “vida” por causa de funções metabólicas desempenhadas pelo seu organismo. Outros morrem felizes, dormindo, velhinhos, em paz, aquecidos em seus leitos confortáveis ao final de uma estadia confortável na vida real. Tem os que saem por aí tentando absorver a tudo e a todos e morrem no meio de suas aventuras. Há aqueles que extraem saudades vazias de uns quando morrem. Mas também há os que morrem exauridos no corpo, mas com tanta verdade dentro de si que ela até parece bastar.

E sentir demais pode ser algo além de sofrimento. E uma dúvida pode ir construindo algo pelo caminho, se houver um caminho aberto para alcançar a resposta. Mesmo sabendo-se que “dúvida” e "resposta" são abstratos demais.

A verdade dele fez sentido pra mim. Talvez um dia eu ache a minha verdade para que ela me baste. Ainda que abstrata. E talvez, quando eu morrer, alguém chore por mim sentindo o mesmo que eu sinto por ele, mesmo que tão abstrata e distante.

Para o passado dele, sempre presente, o meu eterno respeito e admiração.
(03/02/1946 – 20/06/2008)


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Top Ipod: Ever Present Past - Paul McCartney




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segunda-feira, 26 de maio de 2008

Eugene Hütz GUDZ!!





Sim, eu fui à festa Ciganomania e conheci o Eugene Hütz do Gogol Bordello...

Eu vou poupar minhas palavras pra dizer que ele é absurdamente fantástico. Isso não é novidade nenhuma. O que me surpreendeu foi a oportunidade de falar com ele, dançar todo mundo tão perto dele, subir na cadeira com ele e ouvir ele e seu violão cigano assim tão tão ali do lado. Ele confirmou todas as expectativas e toda a admiração que eu tenho por ele desde que ouvi falar da banda e de todos os seus trabalhos. Ele é a prova viva de que alguém pode ser genial e acessível...
Será que eu fiquei feliz? UH!!!!
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Top Ipod: Let's Get Radical - Gogol Bordello

quarta-feira, 7 de maio de 2008

E você? Num lembro...

Há um grande problema quando o seu shake emagrecedor e seu sabonete líquido para as mãos tem o mesmo aroma artificial de maçã. Você pode não querer mais beber o shake ou desistir de lavar as mãos. Ou então sentir vontade de beber o shake enquanto higieniza os seus dedos. E talvez até beber o sabonete líquido e lavar as mãos com o pó viscoso do shake emagrecedor (pode ser legal pra esfoliar a pele por causa das fibras que saciam o apetite).

É um cheirinho gostoso esse de maçã, sabe? A maioria dos sabores que a gente pensa que são sabores são, na verdade, cheiros. Eu já disse isso umas 150 vezes ao longo da minha vida extra-uterina.

Eu realmente me preocupo com a ergonomia das cadeiras, sejam elas domésticas, escolares, de escritório ou até mesmo as dos meios de transportes. Acho que, contrariando os esforços positivos dos especialistas, toda a população mundial padece ou padecerá de má postura lombar. Eu tenho quase certeza que tenho escoliose.

Tenho a impressão de que ando consumindo pastilhas anti-sépticas anestésicas para a garganta em uma escala muito maior do que o adequado para os humanos adultos.

Suspeito que o motivo da minha indiferença à maioria das pessoas seja causada pelo fato de eu realmente não acreditar que elas possam ser mais interessantes. Eu queria ter um argumento mais complexo, mas eu acho que elaborei um mais complexo semana passada e me esqueci. Minha memória anda falhando muito ultimamente.

Eu estou correndo, mas ainda não sei porquê. E você?

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Top Ipod (Ipod novooooo) : Music When The Lights Go Out – The Libertines






segunda-feira, 3 de março de 2008

Mais-uns

Mas olha que o roteirista da minha vida resolveu imitar os de Hollywood e terminar a greve, assim como havia começado antes. Daí ele resolveu dar um toque Pulp Fiction à minha vida. Tá lá a Balbina, toda chistosa e faceira trabalhando em sua mesa (sim, agora eu tenho uma mesa) e então me entra alguém e diz quase “everybody on the floor this is a robbery”, exceto pela parte da aura de violência-cool de Tarantino.

Violência barata e armada, sem agressão física, mas com agressões traumáticas que não dá pra encarar como normal. Talvez porque eu seja de Goiás. Talvez porque eu seja apenas uma tola, independente de qualquer coisa. Bem vinda a São Paulo... Cada vez mais intensamente.

Levaram minha mochila nova, com tudo o que tinha dentro dela. Incluindo minha mecha de cabelo que eu ia vender, meu Ipod velho que tinha muito mais valor emocional do que muito ser humano por aí, meu terceiro celular a ir pro limbo, entre outras “coisas materiais”. Tá bom... Eu não sofri nenhuma coisa mais séria, mas por isso eu preciso achar bom? Ainda não sou um ser evoluído assim pra ter tanta nobreza de espírito. Volte daqui a uns três anos e falamos sobre isso de novo.

Mas o que consegue ser ainda pior do que a revolta com os feladaputas que estão agora desfilando com minha carteira zebrinha de pelúcia é a sensação intensificada de se estar na Grande São Paulo. Eu sou apenas mais uma. Misturada a essa multidão de milhões de “mais-uns”. As pessoas não se olham, não querem saber daqueles que compartilham o mesmo metro quadrado por uns instantes em lugares públicos. Eu me sinto confortável ignorando as pessoas. Na verdade sempre me senti. Só não tinha TANTA gente pra ignorar antes. E alguns mais íntimos vivem me dizendo pra eu me misturar mais com os outros seres humanos. Eu até melhorei um pouco nisso, apesar de ainda achar melhor ficar neutra. Mas então, quando estou anestesiada achando “normal” me homogeneizar à grande massa de “mais-uns” vêm alguém e invade meu espaço sem pedir licença. E me ofende, leva algo que eu considero como de valor. E eu não estou só me referindo ao assalto à mão armada que eu sofri semana passada. Mesmo.
Eu tenho o direito de não me conformar com isso, né? Deveria me misturar e continuar neutra evitando as pessoas ou começar a invadir o espaço delas também?


(Continua)



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Top Ipod - [mudo por motivo de força maior- a força da arma de fogo maior do que a força do meu olhar perplexo e idiota]

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Dr. Biltre

Sentado sobre meu ombro esquerdo morava um duendezinho do mal (ou diabinho, como queira) chamado Harold.

Há muito tempo atrás, tanto que eu nem presenciei o fato, Harold torturou e mandou para o exílio o duendezinho do bem (ou anjinho) que morava no ombro direito, o qual nem nome chegou a ter.

Harold usava uma fantasia clichê de diabinho, com capa vermelha e chifres de lantejoula e era encarregado de soprar em meu ouvido várias coisas que o senso comum não abrange muito. Fazia sugestões de atos talvez moralmente reprováveis, impulsivos, egoístas, julgamentos prévios tendenciosos, além de pitadinhas agridoces e apimentadas de algo que ele leu em algum lugar, uma tal de lista de “pecados capitais” (eu sei que nunca se pode deixar livros perto dessas criaturinhas).

Mas hoje, ainda semi-consciente ao acordar do sono vespertino, fiquei sabendo que Harold não era mais apenas um duende-diabinho.

Ele acabara de se transformar no nefasto Dr. Biltre, um torpe e execrável gênio do mal. Tão mau, mas tão mau, mas tão absurdamente mau, que nem precisa de um figurino muito convincente nem de maquiagem pálida. Usa apenas uma camisa pólo com listras azuis e amarelas e uma bermuda comprida de safári.

Talvez eu devesse ficar preocupada. Eu realmente ainda vou precisar dos serviços dele por muito tempo, dado que estou cada vez mais distraída e desmemoriada, além de saber que de agora pra frente vou ficar muito mais ocupada. Ele vai querer me influenciar de forma mais, digamos, misantropa, perniciosa, perversa, cruel e todas outras coisinhas assim, de gosto duvidoso.

Eu deveria estar com medo, né?
Nem tô... =P



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Top Ipod: Feet in the Clouds - Paul McCartney

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

HILÁRIO!!!!!

Respeitável público! Nada inédito diante de seus olhos! Um enorme nariz vermelho e um olhar assustado. Vamos todos libertar uma enorme gargalhada em uníssono.
Que palhaço é esse, deixado falando sozinho? Eu?? Você?? Ou todos os outros palhaços da platéia???
Pintando a cara, calçando o sapato vermelho folgado e disfarçando todo o inaceitável com piadas infalíveis.
Cambalhotas... Clichê... Descamisados e degredados... Abraçadinhos nadando em uma piscina de coriza.
Supercalifragilisticexpialidocious.
Enfio duas colheres de glicose na garganta pra engolir meu antídoto.
E, parafraseando o poeta:
A piada está morta e enterrada, mas eu juro que não fui eu!!!!!


Top Ipod: Smile - Lily Allen
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