segunda-feira, 26 de maio de 2008

Eugene Hütz GUDZ!!





Sim, eu fui à festa Ciganomania e conheci o Eugene Hütz do Gogol Bordello...

Eu vou poupar minhas palavras pra dizer que ele é absurdamente fantástico. Isso não é novidade nenhuma. O que me surpreendeu foi a oportunidade de falar com ele, dançar todo mundo tão perto dele, subir na cadeira com ele e ouvir ele e seu violão cigano assim tão tão ali do lado. Ele confirmou todas as expectativas e toda a admiração que eu tenho por ele desde que ouvi falar da banda e de todos os seus trabalhos. Ele é a prova viva de que alguém pode ser genial e acessível...
Será que eu fiquei feliz? UH!!!!
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Top Ipod: Let's Get Radical - Gogol Bordello

quarta-feira, 7 de maio de 2008

E você? Num lembro...

Há um grande problema quando o seu shake emagrecedor e seu sabonete líquido para as mãos tem o mesmo aroma artificial de maçã. Você pode não querer mais beber o shake ou desistir de lavar as mãos. Ou então sentir vontade de beber o shake enquanto higieniza os seus dedos. E talvez até beber o sabonete líquido e lavar as mãos com o pó viscoso do shake emagrecedor (pode ser legal pra esfoliar a pele por causa das fibras que saciam o apetite).

É um cheirinho gostoso esse de maçã, sabe? A maioria dos sabores que a gente pensa que são sabores são, na verdade, cheiros. Eu já disse isso umas 150 vezes ao longo da minha vida extra-uterina.

Eu realmente me preocupo com a ergonomia das cadeiras, sejam elas domésticas, escolares, de escritório ou até mesmo as dos meios de transportes. Acho que, contrariando os esforços positivos dos especialistas, toda a população mundial padece ou padecerá de má postura lombar. Eu tenho quase certeza que tenho escoliose.

Tenho a impressão de que ando consumindo pastilhas anti-sépticas anestésicas para a garganta em uma escala muito maior do que o adequado para os humanos adultos.

Suspeito que o motivo da minha indiferença à maioria das pessoas seja causada pelo fato de eu realmente não acreditar que elas possam ser mais interessantes. Eu queria ter um argumento mais complexo, mas eu acho que elaborei um mais complexo semana passada e me esqueci. Minha memória anda falhando muito ultimamente.

Eu estou correndo, mas ainda não sei porquê. E você?

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Top Ipod (Ipod novooooo) : Music When The Lights Go Out – The Libertines






segunda-feira, 3 de março de 2008

Mais-uns

Mas olha que o roteirista da minha vida resolveu imitar os de Hollywood e terminar a greve, assim como havia começado antes. Daí ele resolveu dar um toque Pulp Fiction à minha vida. Tá lá a Balbina, toda chistosa e faceira trabalhando em sua mesa (sim, agora eu tenho uma mesa) e então me entra alguém e diz quase “everybody on the floor this is a robbery”, exceto pela parte da aura de violência-cool de Tarantino.

Violência barata e armada, sem agressão física, mas com agressões traumáticas que não dá pra encarar como normal. Talvez porque eu seja de Goiás. Talvez porque eu seja apenas uma tola, independente de qualquer coisa. Bem vinda a São Paulo... Cada vez mais intensamente.

Levaram minha mochila nova, com tudo o que tinha dentro dela. Incluindo minha mecha de cabelo que eu ia vender, meu Ipod velho que tinha muito mais valor emocional do que muito ser humano por aí, meu terceiro celular a ir pro limbo, entre outras “coisas materiais”. Tá bom... Eu não sofri nenhuma coisa mais séria, mas por isso eu preciso achar bom? Ainda não sou um ser evoluído assim pra ter tanta nobreza de espírito. Volte daqui a uns três anos e falamos sobre isso de novo.

Mas o que consegue ser ainda pior do que a revolta com os feladaputas que estão agora desfilando com minha carteira zebrinha de pelúcia é a sensação intensificada de se estar na Grande São Paulo. Eu sou apenas mais uma. Misturada a essa multidão de milhões de “mais-uns”. As pessoas não se olham, não querem saber daqueles que compartilham o mesmo metro quadrado por uns instantes em lugares públicos. Eu me sinto confortável ignorando as pessoas. Na verdade sempre me senti. Só não tinha TANTA gente pra ignorar antes. E alguns mais íntimos vivem me dizendo pra eu me misturar mais com os outros seres humanos. Eu até melhorei um pouco nisso, apesar de ainda achar melhor ficar neutra. Mas então, quando estou anestesiada achando “normal” me homogeneizar à grande massa de “mais-uns” vêm alguém e invade meu espaço sem pedir licença. E me ofende, leva algo que eu considero como de valor. E eu não estou só me referindo ao assalto à mão armada que eu sofri semana passada. Mesmo.
Eu tenho o direito de não me conformar com isso, né? Deveria me misturar e continuar neutra evitando as pessoas ou começar a invadir o espaço delas também?


(Continua)



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Top Ipod - [mudo por motivo de força maior- a força da arma de fogo maior do que a força do meu olhar perplexo e idiota]

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Dr. Biltre

Sentado sobre meu ombro esquerdo morava um duendezinho do mal (ou diabinho, como queira) chamado Harold.

Há muito tempo atrás, tanto que eu nem presenciei o fato, Harold torturou e mandou para o exílio o duendezinho do bem (ou anjinho) que morava no ombro direito, o qual nem nome chegou a ter.

Harold usava uma fantasia clichê de diabinho, com capa vermelha e chifres de lantejoula e era encarregado de soprar em meu ouvido várias coisas que o senso comum não abrange muito. Fazia sugestões de atos talvez moralmente reprováveis, impulsivos, egoístas, julgamentos prévios tendenciosos, além de pitadinhas agridoces e apimentadas de algo que ele leu em algum lugar, uma tal de lista de “pecados capitais” (eu sei que nunca se pode deixar livros perto dessas criaturinhas).

Mas hoje, ainda semi-consciente ao acordar do sono vespertino, fiquei sabendo que Harold não era mais apenas um duende-diabinho.

Ele acabara de se transformar no nefasto Dr. Biltre, um torpe e execrável gênio do mal. Tão mau, mas tão mau, mas tão absurdamente mau, que nem precisa de um figurino muito convincente nem de maquiagem pálida. Usa apenas uma camisa pólo com listras azuis e amarelas e uma bermuda comprida de safári.

Talvez eu devesse ficar preocupada. Eu realmente ainda vou precisar dos serviços dele por muito tempo, dado que estou cada vez mais distraída e desmemoriada, além de saber que de agora pra frente vou ficar muito mais ocupada. Ele vai querer me influenciar de forma mais, digamos, misantropa, perniciosa, perversa, cruel e todas outras coisinhas assim, de gosto duvidoso.

Eu deveria estar com medo, né?
Nem tô... =P



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Top Ipod: Feet in the Clouds - Paul McCartney

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

HILÁRIO!!!!!

Respeitável público! Nada inédito diante de seus olhos! Um enorme nariz vermelho e um olhar assustado. Vamos todos libertar uma enorme gargalhada em uníssono.
Que palhaço é esse, deixado falando sozinho? Eu?? Você?? Ou todos os outros palhaços da platéia???
Pintando a cara, calçando o sapato vermelho folgado e disfarçando todo o inaceitável com piadas infalíveis.
Cambalhotas... Clichê... Descamisados e degredados... Abraçadinhos nadando em uma piscina de coriza.
Supercalifragilisticexpialidocious.
Enfio duas colheres de glicose na garganta pra engolir meu antídoto.
E, parafraseando o poeta:
A piada está morta e enterrada, mas eu juro que não fui eu!!!!!


Top Ipod: Smile - Lily Allen

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Emoldurando a Paisagem

“As viagens são os viajantes”, diria Fernando Pessoa; “Eu ainda estou de férias” diria a franga de Fuga das Galinhas; “De Volta Para o Futuro” diria Dr. Emmet Brown.
E eu, bem... Eu diria tantas coisas... Tantos sorrisos e palavras bem gastos com minhas lindas meninas, meus encantadores meninos...

Duas claras conclusões: 1- eu só fui embora do passado porque só naquele exato momento eu tive algo para deixar pra trás; 2- eu só começo a me sentir bem no “futuro” porque (agora sim) vejo que também posso construir algo que valha ser lembrado e deixado para trás. Até porque eu só consigo “deixar pra trás” o que eu guardo na memória com algo de acréscimo ao meu Lego existencial. Os 90% restantes eu simplesmente deixo no ponto nulo (ou na Terra do Genésio, como queira).

Eu deixo pra trás carregando comigo todos os restos que me ensinam e me completam e que me fazem ter aquela dor agridoce de não temer o “futuro” e mergulhar nele, exatamente porque o “passado” conseguiu cumprir seu papel de valer se tornar passado. Ou até se tornar parte deste impalpável “presente” (que eu nunca sei o que é), ocasionalmente, mas como uma seqüência bem sucedida de um filme de sucesso.

A moldura meio roxa e lilás que eu coloquei no meu campo de visão talvez direcione melhor e limite um pouco a ânsia de ver e absorver tudo ao mesmo tempo. Ouvi Win Wenders dizer em um documentário que se ele tira os óculos sente que vê demais, por ângulos demais. Acho que eu precisava mesmo de óculos para ver um pouco “menos”.

Ver o suficiente talvez me mostre o sentido do que é o suficiente. Nem mais nem menos. Apenas identificar com mais clareza o que é suficiente. Especialmente porque o melhor de alguns pode ser pouco demais. Ou exagerado. Incluindo nesse quesito todas as formas de vida baseadas em carbono ou não. Inclusive eu.

Eu ganhei roupas, eu ganhei um microfone, eu ganhei doces beijos inesquecíveis...

A saudade que eu trago na minha mala quase tão sem limites quanto a da Mary Poppins é ainda digna de um fado. Mas esse fado é sobre um mundo em translúcidas molduras roxas em degradè, sob o ponto de vista de uma observadora um tanto mais estável, mas que não pensa muito na hipótese de parar de flutuar.


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Top Ipod: Next Year - Foo Fighters

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Livro em branco

Hoje eu presenteei alguém com um livro em branco para ser preenchido por sonhos. E por mais que isso soe como as duas primeiras frases de textos pretensamente líricos (como talvez este também será), isso realmente aconteceu e o propósito é realmente que os sonhos sejam colecionados em forma de palavras num caderninho cor-de-rosa.

Eu sempre estive rodeada por livros em branco. Sempre me presenteei com livros em branco. Sem ter muita certeza de que preenchê-los seria realmente válido. E sem saber também se esse tipo de coisa precisa de propósito.

Os rascunhos se tratados apenas como lugares onde se transcreveram idéias rudimentares não inspiram minha superação. Eu queria guardar todos os meus rascunhos. Queria ter guardado todos os meus rascunhos. E isso nem significa que eu os valorizo tanto assim. Eles não podem ser sempre definitivos, mas nem sempre há tempo para passá-los a limpo.

Livros em branco podem se tornar cheios de trechos rabiscados e reescritos, talvez equivocados, talvez mal traduzidos, talvez gramaticalmente equivocados, talvez cheios de “talvez”...
Estou com uma preguiça “macunaímica” das minhas idéias. Idéias esparsas transmutadas em palavras repetitivas como os acordes das aceleradas canções que eu ouço repetidamente. Inspiração sinuosa e escorregadia. Linguagem dupla e dúbia. Semântica atropelada pelo desespero de raciocínios carentes de receptáculos adequados e férteis. Substantivos e adjetivos que se amontoam tentando fazer sentido além de Maya. Maya tem estado cada vez mais delineada na minha frente. Ás vezes sedutora, quase sempre irritante. Palavras que me salvam, sem saber direito como se ordenar, mas ainda me salvam.

Um livro em branco pode um dia se tornar a minha tão sonhada transcrição da eterna queda no abismo da dúvida. Até lá, vou perdendo cada vez mais o pudor de riscar, rabiscar e reescrever.

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Top Ipod: Through The Roof N' Underground - Gogol Bordello
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