sexta-feira, 20 de julho de 2007

Um filme no close pro fim

Ultimamente tenho soltado sem perceber algumas reflexões meio baratas do tipo que vêm no fim de filmes de comédias românticas ou em episódios clímax de alguns seriados. Brotam de mim frases do tipo: “Ninguém faz ninguém sofrer. Nós mesmos buscamos o sofrimento.” Tudo isso soa demasiado clichê, mas virando a situação, o ponto crucial é exatamente esse.
Eu que sempre fugi de tudo que fosse indício de convencional demais, óbvio demais, enfim, acessível demais, me surpreendo com conclusões dignas de um filme protagonizado pela Meg Ryan.
O tempo todo se constroem verdades e conceitos e aforismos e teorias e paradigmas individuais e coletivos que pretendem ser úteis e mostrar um novo caminho, ou uma forma de se trilhar algum dos caminhos pré-existentes. Muitos, inclusive algumas jacas comuns, tentam fazer isso a seu modo, talvez até em livros de auto-ajuda para os homo medianus.
A partir do momento em que imergimos no senso comum, ou seja, quando nascemos, não há como fugir completamente dele. Nós vivemos em sociedade e nos adaptamos a ela, de alguma forma, ainda que sejamos do tipo que contesta e discorda de quase tudo, ainda assim o nosso “eu” tem uma grande parcela do meio.
E ISSO É ÓBVIO. Mas às vezes o próprio óbvio, assim claro e simples é difícil de se concluir.
Ninguém é apenas si mesmo. O externo, o senso comum, rodeiam e invadem o nosso eu, inevitavelmente, mesmo que pensemos em algumas opiniões que julgamos ser exclusivamente nossas em sua essência. Por mais que a contribuição dos fatores externos seja pequena, ela sempre vai estar presente na nossa visão de mundo.
O vetor da busca que realizamos enquanto os olhos estão abertos aponta para algo que supostamente queremos ou deveríamos querer. E esse real objetivo também tem influências externas e ainda o adicional interno / externo da necessidade de alimentação do ego.
Dizer que tudo é simples não significa que tudo seja óbvio. Mas talvez o óbvio sirva como um dos instrumentos de tentativa de percepção desse todo. O caminho para a percepção tem vários instrumentos a serem utilizados. E começo a pensar que devo desprezar menos o clichê.
E assim, de reflexões cíclicas que tendem ao nada, se faz meu dia-a-dia. Algumas conclusões que realmente cabem no fim de algum “filme” que eu protagonizei, ou em alguma cena do meu enorme “filme” escrito pelo roteirista maluco.
Um filme sempre acaba, cheio de frases clichês, para dar espaço a um filme novo, de roteiro indefinido, mas com uma fórmula encantadora... Agora é deixar os créditos subirem...
~~~~~~~~~~~~~~
Top Ipod: The Deepest Blues are Black - Foo Fighters

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Balbs!!!

Uau adorei esse seu último texto. Engraçado pereceber q a gente tenta a todo custo ser diferente do todo e no final , o todo faz parte e é positivo para o nosso crescimento pessoal.

Lembro de qdo eu descobri q tava protagonizando um filme junto com a Julia Roberts...

" O q?? Eu aki??? Credo!!!"

Foi o q eu disse bem no meio da cena hehehe , mas como ninguém ouviu , eu levei adiante , só pra ver aonde ia dar. E o final foi bacana , com uma frase bem clichê , mas q funciona q é uma beleza pra mim:

"Tem gente q passa a vida inteira procurando o amor em outra pessoa m sem se dar conta de q o amor q ela tem já é o suficiente para mais de cem seres humanos..."

Beijocas

(clika no neu nome de usuário Blogger e olhe o meu blog , "About a Princess" qdo puder.)

Francis J. Leech disse...

Dina, não tem pobrema nenhum falar do óbvio, mesmo quando o óbvio for clichê, quando isso for espontâneo. O tal do clichê, ao meu ver, tem mais a ver com aquela colagem de frases prontas num discurso desconexo como uma forma de se ilustrar algo que não diz nada, até porque quem com ferro fere, com ferro será ferido.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...